Nos últimos anos, a saúde mental tem ganhado destaque não apenas no campo médico, mas também no impacto económico que gera. A crescente atenção dada aos problemas mentais mostra a urgência de considerar o bem-estar psicológico como vital para a produtividade e estabilidade financeira de países inteiros.
Cada vez mais, as empresas começam a entender que a saúde mental dos seus colaboradores está diretamente relacionada à sua capacidade de inovação, eficiência e resiliência. Estudos revelam que trabalhadores mais felizes são 13% mais produtivos. Contudo, o custo da não abordagem do estresse, depressão e ansiedade pode resultar em baixas, turnover e perda de motivação que corroem o tecido de qualquer organização.
Numa sociedade em transformação, com desafios globais como a pandemia de COVID-19, a saúde mental apresenta-se como uma questão premente. Restrições, distanciamento social, e o medo associado ao vírus desencadearam uma crise de saúde mental sem precedentes, exacerbando problemas já existentes e criando novos desafios.
Falar da saúde mental é também reconhecer as suas influências na estrutura de custos dos sistemas de saúde. Tratamentos de condições mentais representam uma parte significativa do orçamento em saúde, e mesmo assim, muitas nações falham em proporcionar cuidados adequados. As tecnologias emergentes e abordagens mais personalizadas na medicina prometem mudanças, mas é necessário que políticas públicas ajudem a alavancar essas inovações.
Economicamente, o impacto da saúde mental atinge tanto indivíduos quanto sociedades. Do indivíduo que sofre de burnout e vê seu rendimento diminuído, até ao estado que precisa reestruturar os seus sistemas de apoio social para atender uma população cada vez mais fragilizada. O estigma e a desinformação ainda são barreiras significativas; a educação e a conscientização é fundamental para enfrentar a crise de frente.
A introdução de práticas de mindfulness e técnicas de gestão de estresse em escolas e locais de trabalho pode ser um começo sólido. Há também um apelo crescente por políticas mais compreensivas em termos de licença de saúde mental, proteção no local de trabalho e serviços de aconselhamento.
Países que investem em políticas inclusivas de saúde mental não só melhoram o bem-estar dos seus cidadãos, como também ganham vantagem concorrencial ao traduzir novas ideias e inovações em ganhos econômicos. O caso da Noruega e da Dinamarca, que lideram índices de felicidade e também apresentam economias robustas e resilientes, mostra que o caminho para um futuro melhor passa invariavelmente pela saúde mental.
Conscientes deste cenário, líderes globais manifestam a necessidade de um esforço colaborativo no reconhecimento e apoio à saúde mental enquanto imperativo econômico. Académicos e economistas concordam que fortalecer a saúde mental pode ser visto como uma forma estratégica de investir nas gerações futuras.
Assim, a saúde mental não pode mais ser deixada à margem das discussões políticas e económicas. É urgente que todos os setores, desde o público ao privado, estejam engajados na luta pela saúde psicológica, reconhecendo-a como um direito humano fundamental e um pilar de uma economia saudável e sustentável.
Ao final, a mensagem é clara: saúde mental e prosperidade andam de mãos dadas. É crucial quebrar o ciclo para que possamos emergir numa sociedade mais inclusiva, produtiva e saudável.
como a saúde mental está a influenciar a nossa economia
