Seguro para animais: o guia que todos os donos de pets precisam ler

Seguro para animais: o guia que todos os donos de pets precisam ler
Imagine esta cena: o seu cão, o seu companheiro de todas as horas, começa a coxear sem razão aparente. Leva-o ao veterinário e descobre que precisa de uma cirurgia urgente que custa mais de mil euros. Quantos de nós estão preparados para este tipo de despesas inesperadas? Esta é a realidade que milhares de donos de animais enfrentam todos os anos em Portugal.

A verdade é que a medicina veterinária evoluiu de forma extraordinária. Hoje, os nossos animais de estimação têm acesso a tratamentos que há uma década eram impensáveis: ressonâncias magnéticas, quimioterapia, próteses, transplantes. Mas este avanço tem um preço, e é um preço que continua a surpreender muitos donos desprevenidos.

O seguro para animais de estimação surge como uma solução, mas ainda é um conceito relativamente novo no mercado português. Enquanto em países como o Reino Unido e a Suécia mais de 50% dos animais domésticos têm seguro, em Portugal essa percentagem não chega aos 5%. Porquê esta diferença tão significativa?

A resposta pode estar numa combinação de fatores: falta de informação, perceção de custos elevados e, sobretudo, a crença de que "com o meu animal nunca vai acontecer". É precisamente este pensamento que coloca tantas famílias em situações financeiras complicadas quando a sorte muda.

Vamos aos números: uma consulta de urgência pode custar entre 50 e 150 euros. Uma cirurgia de rotina, como a remoção de um corpo estranho do estômago, pode atingir os 800 euros. Casos mais complexos, como tratamentos oncológicos ou problemas cardíacos, facilmente ultrapassam os 2000 euros. São valores que podem destabilizar o orçamento familiar de qualquer pessoa.

Mas o que cobre exatamente um seguro para animais? A resposta varia conforme a apólice, mas geralmente inclui acidentes, doenças, tratamentos de emergência e, em alguns casos, cuidados preventivos como vacinas e desparasitação. As apólices mais completas podem até cobrir tratamentos alternativos como fisioterapia ou osteopatia.

Há, no entanto, aspetos que importa considerar antes de contratar. A maioria dos seguros não cobre condições pré-existentes, por isso o ideal é segurar o animal enquanto é jovem e saudável. Também costumam existir períodos de carência - normalmente 14 a 30 dias para doenças e 48 horas para acidentes.

O preço médio de um seguro básico para um cão ronda os 15 a 25 euros mensais, dependendo da raça, idade e coberturas escolhidas. Para gatos, os valores são ligeiramente mais baixos. Pode parecer um custo adicional, mas quando comparado com uma despesa veterinária inesperada, rapidamente se percebe o valor da proteção.

E não são apenas os custos médicos que preocupam. Muitos seguros oferecem coberturas adicionais como responsabilidade civil (importante para raças consideradas potencialmente perigosas), assistência em viagem ou mesmo custos de alojamento caso o dono precise de ser hospitalizado.

A escolha do seguro certo requer alguma investigação. É fundamental comparar várias propostas, ler as letras pequenas e perceber exatamente o que está e não está coberto. Alguns seguros têm limites anuais por tratamento, outros por ano civil. Há quem prefira seguros com franquia (o dono paga uma parte inicial) e quem opte por seguros sem franquia mas com prémios mais elevados.

O mercado português tem vindo a diversificar a oferta. Já existem seguros específicos para animais idosos, para raças com predisposição para certas doenças e até seguros que cobrem animais exóticos. Esta especialização é um sinal de maturidade do mercado e uma boa notícia para os donos mais exigentes.

Mas o seguro não é a única solução. Alguns donos optam por criar um fundo de emergência específico para o animal, depositando mensalmente o equivalente ao valor de um seguro. Esta abordagem requer disciplina, mas pode ser vantajosa se o animal tiver poucos problemas de saúde.

Independentemente da opção escolhida, o importante é ter um plano. Os nossos animais dependem de nós para tudo, incluindo os cuidados de saúde. Não lhes podemos explicar que não temos dinheiro para o tratamento de que precisam. A decisão de segurar ou não o nosso companheiro de quatro patas é, no fundo, uma decisão sobre que tipo de dono queremos ser.

No final, trata-se de paz de espírito. Saber que, independentemente do que aconteça, o nosso animal terá acesso aos melhores cuidados disponíveis. Porque eles dão-nos tudo - o amor mais puro e incondicional - e merecem o nosso melhor em retorno.

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