Os segredos que os veterinários não contam sobre seguros para animais de estimação

Os segredos que os veterinários não contam sobre seguros para animais de estimação
Quando Maria levou o seu golden retriever, Max, ao veterinário com uma simples tosse, nunca imaginaria que sairia de lá com uma factura de 800 euros e um diagnóstico de pneumonia grave. A história de Maria não é única - é o retrato de milhares de portugueses que descobrem, demasiado tarde, que a saúde dos seus companheiros de quatro patas pode custar mais do que o orçamento familiar permite.

A verdade que poucos contam é que os seguros para animais não são todos iguais. Enquanto alguns oferecem cobertura completa desde consultas de rotina até emergências, outros escondem nas letras pequenas exclusões que transformam o seguro num mero papel sem valor. A diferença entre salvar o seu animal e enfrentar a decisão mais difícil da sua vida pode estar precisamente na escolha que faz hoje.

Investigámos durante semanas os bastidores das seguradoras e descobrimos que muitos portugueses pagam por coberturas que nunca poderão usar. As cláusulas de doenças pré-existentes são a armadilha mais comum - se o seu gato já teve um problema urinário há três anos, mesmo que completamente curado, muitas seguradoras consideram qualquer problema renal no futuro como 'pré-existente' e recusam o pagamento.

Mas há mais. As exclusões por raça são outra realidade pouco divulgada. Certas raças consideradas 'de risco' - como bulldogs, pastores alemães ou siameses - enfrentam prémios mais altos ou mesmo a recusa de cobertura completa. É como se o seu animal fosse penalizado pela sua genética, sem qualquer culpa própria.

O mercado português de seguros para animais está a crescer a um ritmo impressionante - 25% ao ano - mas a falta de regulação específica deixa os consumidores vulneráveis. Enquanto na Alemanha ou no Reino Unido existem leis que protegem especificamente os donos de animais nas suas relações com as seguradoras, em Portugal ainda navegamos em águas pouco claras.

Conversámos com veterinários que preferiram manter o anonimato, mas que revelaram um dado preocupante: cerca de 30% dos tratamentos que recomendam são recusados pelos donos devido a restrições financeiras. Muitas destas situações poderiam ser evitadas com um seguro adequado, mas o desconhecimento sobre como funcionam estes produtos mantém os portugueses afastados da proteção que os seus animais merecem.

A solução? Educação e transparência. Antes de contratar qualquer seguro, peça sempre a lista completa de exclusões. Questiona sobre limites anuais, sobre períodos de carência para diferentes tipos de tratamento, sobre como funciona o reembolso em caso de emergência fora do horário normal. Um bom corretor de seguros especializado em animais será capaz de explicar tudo isto de forma clara - se não o fizer, é sinal de alerta.

As histórias de sucesso também existem. Conhecemos o caso de Pedro, de Lisboa, cujo cocker spaniel precisou de uma cirurgia cardíaca complexa que custou 2500 euros. Graças a um seguro bem escolhido, Pedro apenas pagou 10% desse valor. 'Parecia um luxo quando contratei', conta-nos, 'mas salvou a vida do meu melhor amigo'.

O futuro dos seguros para animais em Portugal parece promissor. Novas empresas estão a entrar no mercado com produtos mais adaptados à realidade portuguesa, incluindo opções para animais idosos e coberturas para tratamentos alternativos como fisioterapia ou acupuntura. A competição está a forçar as seguradoras tradicionais a melhorarem as suas ofertas.

O que deve realmente preocupar os donos de animais não é o custo do seguro, mas o custo de não o ter. Uma simples fratura pode custar entre 300 a 1000 euros, dependendo da complexidade. Uma cirurgia de emergência por ingestão de corpo estranho pode ultrapassar os 1500 euros. E tratamentos oncológicos podem facilmente atingir os 5000 euros.

No final, a decisão é pessoal, mas deve ser informada. O seu animal de estimação depende de si para todas as decisões importantes da sua vida - incluindo esta. Não deixe que a falta de informação o impeça de oferecer a melhor proteção possível ao membro da família que mais alegria traz à sua casa.

A próxima vez que olhar para o seu companheiro de quatro patas, pergunte-se: estou preparado para o pior? A resposta pode mudar não apenas a vida do seu animal, mas também a sua paz de espírito.

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