Os segredos que as seguradoras não contam sobre seguros para animais de estimação

Os segredos que as seguradoras não contam sobre seguros para animais de estimação
Num consultório veterinário de Lisboa, uma mulher segura o seu cocker spaniel de 12 anos enquanto o veterinário explica que a cirurgia cardíaca necessária custará mais de 3000 euros. A dona, Maria, olha para o seu companheiro de uma década com lágrimas nos olhos. Ela não tem seguro para animais de estimação. Esta cena repete-se diariamente em Portugal, onde apenas 5% dos tutores protegem os seus animais com seguros, contra mais de 25% no Reino Unido.

A verdade é que os seguros para animais são dos produtos financeiros mais mal compreendidos do mercado. Enquanto a maioria dos tutores pensa que se trata apenas de cobrir acidentes, a realidade é muito mais complexa. As apólices variam dramaticamente naquilo que cobrem, desde consultas de rotina até tratamentos oncológicos avançados. E os preços? Podem ir dos 10 aos 100 euros mensais, dependendo da raça, idade e historial clínico do animal.

O que ninguém lhe diz é que a idade do seu animal é crucial. Muitas seguradoras não aceitam animais acima dos 8 anos, ou cobram prémios proibitivos. E atenção às condições pré-existentes: se o seu gato já teve problemas urinários antes de contratar o seguro, esqueça a cobertura para futuras recaídas. É como tentar segurar uma casa que já está a arder.

Mas há esperança. Nos últimos dois anos, surgiram no mercado português seguradoras especializadas em animais, com coberturas mais adaptadas à realidade nacional. Algumas oferecem até telemedicina veterinária incluída, permitindo consultas por videochamada a qualquer hora. E os preços estão a tornar-se mais acessíveis, com pacotes básicos a partir de 7 euros mensais para gatos e 12 euros para cães de porte pequeno.

A grande questão que todos os tutores devem fazer é: vale a pena? A matemática é simples. Uma emergência veterinária média em Portugal custa entre 500 e 1500 euros. Se pagar 15 euros por mês de seguro, em quatro anos terá pago 720 euros. Uma única emergência pode facilmente ultrapassar este valor. O problema é que ninguém planeia ter emergências.

Os especialistas recomendam que se contrate o seguro quando o animal é jovem e saudável. Assim, evita-se a exclusão de condições pré-existentes e garante-se proteção para toda a vida do animal. E sim, os seguros cobrem normalmente animais até ao fim da vida, desde que a apólice seja mantida sem interrupções.

Mas cuidado com as letras pequenas. Algumas apólices têm limites anuais por doença, ou excluem raças consideradas de risco. Buldogues franceses, por exemplo, frequentemente têm coberturas reduzidas devido aos seus problemas respiratórios congénitos. E os animais de raça pura geralmente custam mais para segurar do que os rafeiros, precisamente pela maior predisposição para doenças hereditárias.

O futuro dos seguros para animais em Portugal parece promissor. Com a humanização crescente dos pets e o aumento dos custos veterinários, cada vez mais portugueses estão a considerar esta proteção. As seguradoras respondem com produtos mais flexíveis, incluindo até cobertura para tratamentos alternativos como acupuntura e fisioterapia animal.

No final, a decisão é pessoal. Mas uma coisa é certa: o amor pelo nosso animal não deve ser medido pelo valor do seguro que temos, mas pela responsabilidade com que cuidamos da sua saúde. E nesse aspecto, estar informado é o primeiro passo para tomar a decisão certa.

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