Os segredos que as seguradoras não contam sobre os seguros para animais de estimação

Os segredos que as seguradoras não contam sobre os seguros para animais de estimação
Quando Maria levou o seu golden retriever, Max, ao veterinário para uma simples consulta de rotina, nunca imaginou que sairia de lá com uma conta de 800 euros e uma lição valiosa sobre a importância de planear o imprevisível. Como muitos donos de animais em Portugal, ela sempre assumiu que os seguros para pets eram um luxo desnecessário - até que a realidade a confrontou com factos que mudariam para sempre a sua perspectiva.

A verdade é que os portugueses estão a descobrir, muitas vezes da pior maneira, que ter um animal de estimação vai muito além da ração e das festinhas atrás da orelha. Enquanto o número de famílias com animais cresce exponencialmente - estima-se que mais de 60% dos lares portugueses tenham pelo menos um pet - a consciência sobre os custos reais da posse responsável ainda está a dar os primeiros passos.

O que ninguém nos conta é que um cão de médio porte pode custar, em média, entre 1000 a 2000 euros por ano apenas em despesas básicas. Quando surgem emergências, estes valores podem triplicar ou quadruplicar num piscar de olhos. Uma cirurgia de emergência por ingestão de um corpo estranho, comum em cachorros curiosos, pode facilmente ultrapassar os 1500 euros. Um tratamento oncológico pode chegar aos 5000 euros.

As seguradoras, claro, conhecem estes números melhor do que ninguém. E é aqui que a história fica interessante. Ao analisar as apólices disponíveis no mercado português, descobrimos que existem diferenças abismais entre o que é prometido e o que é realmente coberto. Muitos donos só percebem as limitações dos seus seguros quando mais precisam deles.

Um dos aspectos mais negligenciados é a questão das condições pré-existentes. Se o seu animal já teve um problema de saúde antes de contratar o seguro, mesmo que totalmente resolvido, é provável que essa condição seja excluída da cobertura. E não estamos a falar apenas de doenças graves - até uma simples otite pode tornar-se um motivo para exclusão futura.

Outra armadilha comum reside nos limites anuais. Muitas apólices económicas oferecem coberturas que parecem generosas até percebermos que incluem um tecto máximo por ano. Quando esse limite é atingido - e em casos de doenças crónicas isso acontece rapidamente - o dono fica sozinho com as despesas.

Mas nem tudo são más notícias. A concorrência no sector está a forçar as seguradoras a tornarem-se mais transparentes e a oferecerem produtos mais adaptados às reais necessidades dos animais portugueses. Algumas empresas começam a incluir coberturas para tratamentos dentários, fisioterapia e até medicina alternativa - serviços que há uma década eram considerados luxos inacessíveis.

O segredo para escolher o seguro certo, segundo especialistas consultados para esta investigação, está na leitura atenta da letra pequena. "Os donos devem prestar especial atenção aos períodos de carência, às franquias, aos limites por tratamento e às exclusões por raça", explica Sofia Martins, veterinária com 15 anos de experiência. "Muitas pessoas focam-se apenas no prémio mensal e esquecem-se que o importante é o que está coberto quando precisam"

Um aspecto frequentemente ignorado é a importância de adaptar o seguro à raça e idade do animal. Um são-bernardo tem predisposições diferentes de um chihuahua, tal como um cachorro tem necessidades distintas de um sénior. As melhores apólices consideram estas variáveis e ajustam as coberturas em conformidade.

E quanto aos gatos? Apesar de serem mais independentes, os felinos não estão imunes a problemas de saúde. Doenças renais, diabetes e problemas urinários são comuns e podem representar custos significativos. Curiosamente, muitos donos de gatos assumem que não precisam de seguro - um equívoco que pode sair caro.

A revolução digital também chegou aos seguros para animais. Plataformas online permitem comparar dezenas de opções em minutos, e algumas seguradoras oferecem até consultas de telemedicina veterinária incluídas na apólice. Esta evolução está a democratizar o acesso a cuidados de saúde de qualidade para animais de todas as classes sociais.

No final, a questão não é se podemos pagar um seguro para o nosso animal - é se podemos pagar não tê-lo. Como Maria descobriu, o amor pelo nosso companheiro de quatro patas deve incluir a responsabilidade de garantir que estará sempre protegido, independentemente do que o futuro reserve. E nessa equação, o seguro deixa de ser uma despesa para se tornar no melhor investimento que podemos fazer pela saúde e bem-estar do nosso melhor amigo.

A próxima vez que olhar para o seu animal a correr pelo jardim ou a ronronar no seu colo, pergunte-se: estou preparado para garantir que ele terá sempre os melhores cuidados, independentemente do que a vida lhe reserve? A resposta pode mudar não apenas a vida do seu pet, mas também a sua paz de espírito.

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