Seguros em Portugal: o que muda com a nova lei dos contratos à distância

Seguros em Portugal: o que muda com a nova lei dos contratos à distância
Os portugueses estão cada vez mais a comprar seguros online, mas poucos conhecem os direitos que acabam de ser reforçados. A nova legislação europeia, transposta para Portugal no início deste ano, veio revolucionar a forma como celebramos contratos de seguro à distância. As seguradoras têm agora obrigações mais claras e os consumidores ganham ferramentas poderosas para se protegerem.

A grande novidade está no período de reflexão. Agora, qualquer contrato de seguro celebrado online ou por telefone tem um prazo de 14 dias para desistência, sem necessidade de justificação. Basta enviar um email ou preencher um formulário no site da seguradora. Muitas empresas ainda não adaptaram os seus processos, criando situações de conflito com os clientes.

A informação pré-contratual tornou-se mais detalhada. As seguradoras são obrigadas a apresentar de forma clara e acessível todas as condições do seguro, incluindo exclusões e limites de cobertura. Já há casos de multas aplicadas pela ASF a empresas que não cumpriam estas regras, com valores que chegam aos 50 mil euros.

O setor segurador português movimenta anualmente mais de 12 mil milhões de euros em prémios, sendo que a fatia digital tem crescido a dois dígitos nos últimos três anos. Esta digitalização acelerada trouxe consigo novos desafios na proteção dos consumidores, especialmente dos menos familiarizados com as tecnologias.

As coberturas para ciber-riscos são a grande aposta do momento. Com o aumento do teletrabalho e do comércio eletrónico, cada vez mais portugueses procuram proteger-se contra ataques informáticos, fraudes online e perda de dados. As seguradoras nacionais estão a desenvolver produtos específicos para este novo panorama de riscos.

Os seguros de saúde continuam a ser o motor do sector, mas a concorrência aumentou significativamente. Novas entradas no mercado, incluindo operadoras estrangeiras, estão a forçar uma baixa de preços e uma melhoria dos serviços. Os comparadores online tornaram-se ferramentas indispensáveis para quem quer poupar na fatura anual do seguro.

A sustentabilidade entrou na agenda das seguradoras. Várias empresas já oferecem descontos para veículos elétricos e promovem seguros que incentivam comportamentos ambientalmente responsáveis. Esta tendência verde veio para ficar e deverá intensificar-se nos próximos anos.

Os fraudes continuam a ser uma dor de cabeça para o sector. Estima-se que as tentativas de fraude em seguros automóvel e saúde representem perdas anuais de cerca de 200 milhões de euros. As seguradoras estão a investir em inteligência artificial e análise de dados para combater este problema.

O futuro dos seguros passa pela personalização. Graças à telemetria e aos dados recolhidos através de apps, as seguradoras podem agora oferecer preços mais justos e adaptados ao perfil de risco real de cada cliente. Esta revolução tecnológica promete mudar radicalmente a forma como nos relacionamos com as seguradoras.

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