O futuro dos seguros em Portugal: como a tecnologia está a revolucionar a proteção familiar

O futuro dos seguros em Portugal: como a tecnologia está a revolucionar a proteção familiar
Num mundo cada vez mais digital e imprevisível, o setor dos seguros em Portugal atravessa uma transformação silenciosa mas profunda. As seguradoras nacionais, outrora conhecidas pela sua abordagem tradicional, estão agora na vanguarda da inovação, usando inteligência artificial, big data e dispositivos conectados para oferecer proteção personalizada às famílias portuguesas.

A revolução começa nos telemóveis. Aplicações que monitorizam hábitos de condução, sistemas domésticos inteligentes que detetam fugas de água antes que se tornem desastres, e wearables que acompanham a saúde em tempo real estão a redefinir o conceito de prevenção. Já não se trata apenas de indemnizar após o sinistro, mas de evitar que ele aconteça.

Os dados mostram que esta mudança está a gerar resultados tangíveis. Seguradoras como a Fidelidade, Ageas e Generali reportam reduções de até 30% em sinistros de automóvel graças aos programas de telemetria, enquanto os seguros de saúde com componentes preventivas registam menor utilização de serviços de urgência.

Mas esta transformação traz consigo questões éticas urgentes. Até que ponto estamos dispostos a partilhar os nossos dados pessoais em troca de prémios mais baixos? Como garantir que os algoritmos não discriminam certos perfis? O Banco de Portugal e a ASF já estão a trabalhar num quadro regulatório para esta nova realidade.

O consumidor português mostra-se recetivo mas cauteloso. Um estudo recente da DECO revela que 68% dos inquiridos valorizam personalização nos seguros, mas 52% temem a utilização abusiva dos seus dados. O equilíbrio entre inovação e privacidade será o grande desafio dos próximos anos.

Para as famílias, as vantagens são múltiplas. Seguros de vida que se ajustam automaticamente às fases da vida, proteção contra ciberataques incluída nos seguros multirriscos habitacionais, e coberturas para teletrabalho são algumas das novidades que chegaram para ficar.

O setor enfrenta também o desafio das alterações climáticas. Seguradoras portuguesas estão a desenvolver produtos específicos para riscos climáticos, cada vez mais frequentes no nosso território. Cheias, incêndios florestais e tempestades estão a obrigar a uma reavaliação completa dos modelos de risco.

A educação financeira torna-se crucial nesta nova era. Com produtos cada vez mais complexos e personalizados, os portugueses precisam de compreender não apenas o que compram, mas como os seus comportamentos influenciam os prémios e as coberturas.

O futuro aponta para seguros sob medida, dinâmicos e preventivos. A tecnologia permitirá que cada família tenha a proteção exacta de que precisa, quando precisa, a um preço justo. Mas exigirá também maior transparência e literacia por parte de todos os intervenientes.

Esta é uma revolução que está apenas no início. Nos próximos cinco anos, assistiremos à consolidação destas tendências e ao surgimento de modelos de negócio que hoje mal conseguimos imaginar. O que é certo é que o conceito de seguro nunca mais será o mesmo.

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