Nos últimos anos, a Internet das Coisas (IoT) tem vindo a transformar diversas indústrias em Portugal, com os seguros entre os setores que mais se destacam. Apesar do impacto ainda ser incipiente, a previsão é de que a IoT revolucione o mercado de seguros, oferecendo novos produtos, personalização de serviços e melhorando a experiência do cliente.
Os sensores e dispositivos conectados permitem uma coleta de dados em tempo real, que possibilita às seguradoras avaliar riscos de forma mais precisa. Imagine um cenário onde sua apólice de seguro automóvel se ajusta com base no seu comportamento ao volante, ou onde uma casa inteligente pode dar desconto no seguro residencial por meio de monitoramento de riscos, como detectar vazamentos de água ou fumaça.
Esse detalhamento dos riscos viabiliza um modelo de seguro mais justo, onde o prêmio pago pelo usuário estará de acordo com os riscos reais que apresenta, em vez de uma média geral. Os dados coletados em tempo real também permitem às empresas de seguros oferecer soluções preventivas, alertando os clientes sobre perigos potenciais antes que se tornem sinistros.
Mas, como em qualquer revolução tecnológica, a IoT nos seguros também apresenta desafios. A segurança dos dados é uma preocupação chave, tendo em conta que serão manejados dados sensíveis do cliente, exigindo que as seguradoras ampliem os seus investimentos em cibersegurança. Além disso, a legislação precisa acompanhar este ritmo, garantindo que os dados sejam usados de forma ética e que não resultem em práticas discriminatórias.
A adaptação do mercado aos novos paradigmas tecnológicos terá de ser feita de forma responsável e transparente, valorizando a confiança, que é um pilar essencial para o setor. As empresas que conseguirem encontrar um equilíbrio entre inovação e segurança terão uma vantagem competitiva considerável.
Por outro lado, o consumidor também precisará se ajustar a este novo modelo de interação, compreendendo os benefícios e desafios do compartilhamento dos seus dados para a obtenção de um seguro personalizado. O verdadeiro poder da IoT provavelmente será sentido quando os consumidores começarem a exigir mais dos seus fornecedores de seguros, demandando serviços que realmente agreguem valor ao seu dia-a-dia.
No curto prazo, algumas seguradoras em Portugal já estão começando a explorar este terreno, lançando produtos baseados em IoT que prometem dinamizar o setor. Contudo, a grande transformação ainda está por vir, apostando na expansão da conectividade, nos avanços da inteligência artificial e na análise de dados para codificar o futuro dos seguros.
Como será a interação dos portugueses com suas seguradoras na próxima década? Nada é certo além de que a tecnologia moldará significativamente esta relação. Aquelas que já tiverem a visão de antecipar e preparar este cenário sairão à frente na disputa pela preferência do consumidor.
A transformação digital impulsionada pela IoT é irreversível, exigindo adaptação contínua de todos os envolvidos. O futuro dos seguros em Portugal é promissor, contanto que venha acompanhado de práticas éticas e responsáveis.
Ao fim e ao cabo, a verdadeira revolução trará a resposta de como tecnologia e seguro se conjugam para fornecer um serviço que é ao mesmo tempo inteligente e humano.
IoT e a transformação dos seguros em Portugal
