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O impacto do teletrabalho na saúde mental dos portugueses

Nos últimos anos, o teletrabalho emergiu como uma prática comum entre empresas e trabalhadores, não apenas como uma medida de contenção durante a pandemia de COVID-19, mas também como uma nova abordagem ao equilíbrio trabalho-vida pessoal. No entanto, o que inicialmente foi saudado como um avanço no modo de trabalhar, trouxe também desafios significativos para a saúde mental dos portugueses.

Com a possibilidade de trabalhar a partir de casa, muitos sentiram uma maior liberdade e flexibilidade no modo como lidam com as responsabilidades profissionais e pessoais. Contudo, essa flexibilidade trouxe também uma série de desafios que nem todos estavam preparados para enfrentar. A ausência de uma separação física entre casa e trabalho gerou uma confusão que resulta em desordem emocional para numerosos trabalhadores.

A necessidade de estar constantemente disponível, fácil de contatar e sempre online pode ser uma receita para o esgotamento emocional. Sem horários definidos de trabalho, muitos encontram-se a atender chamadas ou responder a emails fora do horário tradicional de trabalho, minando o tempo dedicado ao descanso e outras atividades pessoais. A contínua presença online e a ausência de limites têm repercussões diretas na ansiedade e níveis de stress.

Além disso, o isolamento social é outro fator preponderante. O ambiente de trabalho, para muitos, proporciona interações sociais que são fundamentais para o bem-estar emocional. A falta desse tipo de interação face a face pode levar a sentimentos de solidão e depressão, especialmente para aqueles que vivem sozinhos.

Investigadores têm observado um aumento no número de pessoas que procuram apoio psicológico devido a sintomas de ansiedade e depressão associados ao isolamento e à falta de interação direta com colegas. O teletrabalho, embora benéfico em muitos aspetos, carece das interações humanas presenciais que, por vezes, a tecnologia não pode substituir.

Por outro lado, as reuniões virtuais, que se tornaram uma norma em ambientes de teletrabalho, podem também ser exaustivas. A "fadiga do Zoom", como é popularmente chamada, refere-se ao cansaço físico e mental resultante da necessidade de estar atento a chamadas de vídeo durante prolongados períodos de tempo. Esta exigência constante de presença digital e o foco em ecrãs durante horas é um fator adicional de stress.

Portanto, as empresas devem considerar implementar mudanças significativas para proteger a saúde mental dos seus trabalhadores que operam remotamente. Políticas de bem-estar, como pausas obrigatórias, horários flexíveis, e até a promoção de comunicação pessoal (quando possível) podem fazer a diferença. Promover o desligamento digital fora do horário laboral é essencial para garantir que os colaboradores têm o tempo necessário para a recuperação mental e emocional.

Como sociedade, é importante reconhecer que o teletrabalho não é uma solução única e definitiva para todos. Existe a necessidade de adaptar estratégias que vão ao encontro das necessidades únicas de cada indivíduo, proporcionando o apoio necessário para lidar com a transformação da paisagem laboral moderna.

O futuro do trabalho pode muito bem ser híbrido, onde o equilíbrio entre o teletrabalho e o trabalho no local exige novos modelos de gestão e compreensão. Uma abordagem equilibrada pode não só potenciar a produtividade mas também garantir que a saúde mental dos colaboradores seja priorizada. O que é certo é que a conversa não termina por aqui, à medida que exploramos as melhores práticas para viver e trabalhar em um mundo interconectado.

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