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A galopante ascensão das plataformas de saúde digital em Portugal

Nos últimos anos, o panorama da saúde em Portugal tem assistido a uma transformação profunda com a emergência de plataformas digitais, que se têm tornado aliadas de peso tanto para profissionais de saúde como para utentes.

A crise pandémica de 2020 impulsionou drasticamente a adoção e expansão de tecnologias de saúde digital, visto que houve uma necessidade urgente de reduzir contato físico entre pacientes e médicos. Aplicações que possibilitam consultas online, acompanhamento de resultados laboratoriais em tempo real, e plataformas de monitorização à distância passaram de curiosidades futurísticas a realidades práticas do dia-a-dia dos portugueses.

Os hospitais e clínicas rapidamente perceberam que a telemedicina e o acesso remoto a cuidados de saúde não são apenas convenientes, mas essenciais para o futuro da medicina. A inovação nestas áreas está a permitir uma cobertura mais abrangente das necessidades de saúde de populações dispersas geograficamente e a diminuir o congestionamento nas unidades de saúde. No entanto, tem havido desafios significativos na implementação destas tecnologias, nomeadamente no que toca à proteção de dados sensíveis e a formação dos profissionais de saúde para utilizarem estas ferramentas de maneira eficaz.

O uso de inteligência artificial (IA) e big data na saúde está a revolucionar diagnósticos e tratamentos. Empresas portuguesas, muitas delas start-ups, estão na linha da frente no desenvolvimento de algoritmos que ajudam médicos a diagnosticar doenças a partir de padrões detetados em exames de imagem, ou que analisam dados em grande escala para prever surtos de doenças ou personalizar tratamentos para doentes crónicos.

Contrariamente ao receio de que a IA substitua os médicos, a realidade tem mostrado que estas tecnologias servem como um complemento valioso, permitindo que os profissionais se concentrem em tarefas que requerem julgamento clínico humano e empatia. Todavia, a integração destas novas ferramentas exige uma adaptação do ensino médico tradicional e uma formação contínua para que os novos e antigos profissionais se mantenham atualizados no uso de tecnologia não convencional.

O futuro parece promissor, mas não isento de obstáculos. A resistência à mudança por parte de uma parte da população, devido a desinformação ou a acessibilidade tecnológica limitada em algumas regiões do país, é uma das barreiras que necessita de ser superada para que o sistema de saúde digital em Portugal possa evoluir e adaptar-se continuamente.

Na verdade, para que se possa otimizar a utilização destas plataformas digitais, é crucial realizar uma alfabetização tecnológica da população, garantindo que todos, independentemente da idade ou background socioeconómico, têm capacidades e conhecimentos mínimos para navegar neste novo ecossistema de saúde.

Por fim, o governo português tem um papel fundamental a desempenhar na regulamentação das plataformas de saúde digital. Deve assegurar não só a segurança e privacidade dos dados dos utentes, mas também o cumprimento de padrões éticos elevados. A legislação contemporânea precisa acompanhar a velocidade da inovação tecnológica. Se bem legislado, este setor poderá não apenas transformar a experiência de saúde dos portugueses, mas também contribuir para colocar Portugal na vanguarda da saúde digital a nível global.

Este é um novo capítulo no relato de saúde nacional. Resta saber como será escrito, mas as ferramentas para um futuro mais conectado, eficiente e inovador já estão nas nossas mãos.

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