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Seguro automóvel: o que as seguradoras não contam sobre os seus prémios e como poupar sem comprometer a proteção

O mercado de seguros automóveis em Portugal é um labirinto de letras miúdas, cláusulas obscuras e promessas que raramente se cumprem. Enquanto as seguradoras apresentam campanhas publicitárias com famílias sorridentes e cenários idílicos, a realidade para o condutor comum é bem diferente. Os prémios sobem ano após ano, justificados por estatísticas de sinistralidade que poucos conseguem verificar, enquanto as coberturas essenciais são diluídas em exceções e exclusões.

A verdade é que a maioria dos portugueses renova o seguro automóvel por inércia, sem questionar se poderia estar a pagar menos por mais proteção. As comparações online, apesar de úteis, escondem nuances cruciais: franquias que disparam em caso de acidente, assistência em viagem que só cobre os primeiros 50 quilómetros, ou a clássica 'perda total' que, na prática, nunca compensa o valor real do veículo. São armadilhas que transformam o seguro, supostamente um porto seguro, numa fonte de frustração.

Mas há luz ao fundo do túnel. Condutores informados estão a descobrir que negociar diretamente com as seguradoras, em vez de usar intermediários, pode resultar em descontos surpreendentes. A chave está em apresentar um histórico de condução impecável, mesmo que isso signifique investir num curso de condução defensiva. Outra estratégia vencedora é ajustar a franquia a um valor que não cause aperto no orçamento familiar, mas que seja suficientemente alta para baixar o prémio mensal.

A tecnologia também está a revolucionar este setor tradicional. Seguros pay-as-you-drive, que monitorizam os quilómetros percorridos e os hábitos de condução através de uma aplicação, já permitem poupanças até 30% para quem circula pouco ou evita horas de ponta. São opções ideais para quem trabalha a partir de casa ou usa transportes públicos com frequência. No entanto, estes produtos levantaram questões sobre privacidade: até que ponto estamos dispostos a ceder os nossos dados de localização em troca de um desconto?

O maior segredo, porém, está na forma como as seguradoras avaliam o risco. Um condutor com um carro familiar de 2015 pode pagar menos do que um jovem com um utilitário de 2020, simplesmente porque as estatísticas mostram que os modelos mais antigos são menos visados para roubo. Da mesma forma, estacionar na garagem durante a noite pode valer uma redução de 15% no prémio, um detalhe que muitos agentes 'esquecem' de mencionar.

A verdadeira economia começa antes de assinar a apólice. Manter o carro em bom estado mecânico, com pneus com a pressão correta e travões revisados, não só aumenta a segurança como demonstra responsabilidade às seguradoras. Algumas até oferecem descontos para quem apresenta comprovativos de manutenção regular. É uma forma inteligente de transformar a prevenção em poupança.

No final, a escolha do seguro automóvel não deve ser uma decisão tomada à pressão. Exige tempo para ler as letras miúdas, comparar ofertas com lupa e, acima de tudo, compreender que o mais barato nem sempre é o mais vantajoso. A proteção ideal equilibra cobertura robusta com um preço justo, adaptado ao perfil real do condutor. E isso, caro leitor, é uma conquista que vale cada cêntimo poupado.

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