Seguros

Energia

Serviços domésticos

Telecomunicações

Saúde

Segurança Doméstica

Energia Solar

Seguro Automóvel

Aparelhos Auditivos

Créditos

Educação

Paixão por carros

Seguro de Animais de Estimação

Blogue

Os segredos que o seu veterinário não conta sobre os custos escondidos dos animais de estimação

Imagine que o seu cão, o fiel companheiro de sempre, começa a coxear subitamente após um passeio no parque. A visita ao veterinário revela uma luxação da patela que requer cirurgia imediata. A conta? Dois mil euros. Este cenário, mais comum do que se pensa, deixa milhares de donos em Portugal entre a devoção ao animal e a realidade financeira.

A verdade crua é que muitos portugueses adotam ou compram animais sem calcular os custos ocultos que surgem ao longo de uma década ou mais de convivência. As vacinas anuais, as desparasitações trimestrais, a alimentação de qualidade e as emergências médicas formam um iceberg financeiro que afunda orçamentos familiares.

Os seguros para animais, ainda vistos como luxo por muitos, revelam-se cada vez mais como ferramentas de sobrevivência económica. As apólices mais básicas cobrem acidentes, enquanto as premium incluem até tratamentos dentários e fisioterapia. A matemática é simples: pagar 20 euros mensais pode evitar uma factura de 2000 euros num momento de crise.

Mas o mercado português de seguros pet esconde armadilhas. As exclusões por raça, as idades máximas para contratação e os períodos de carência transformam-se em obstáculos para donos desprevenidos. Algumas seguradoras recusam animais com mais de oito anos, precisamente quando mais precisam de cuidados.

As clínicas veterinárias vivem diariamente o drama dos donos que choram não pela perda do animal, mas pela impossibilidade de pagar o tratamento. Muitos profissionais confessam, em off, que reduzem honorários ou adiam pagamentos quando veem o desespero genuíno das famílias.

A solução? Educação financeira pet desde o primeiro dia. Criar uma poupança específica para o animal, comparar seguros com lupa e negociar planos de saúde com clínicas são estratégias que evitam sustos. O amor pelos animais deve incluir a responsabilidade de lhes garantir cuidados dignos em qualquer circunstância.

Os números não mentem: 60% dos abandonos de animais em Portugal relacionam-se directamente com dificuldades económicas dos donos. Proteger o bolso é, no fundo, proteger o animal de uma vida de incertezas.

As seguradoras começam a adaptar-se, criando produtos mais flexíveis e acessíveis. Apps que permitem pagamentos fraccionados, consultas por videochamada incluídas e programas de prevenção são tendências que chegaram para ficar.

No final, a decisão é moral tanto quanto financeira. Um animal não é um acessório descartável, mas um compromisso de longa data que exige planeamento rigoroso. As histórias de famílias que perderam tudo para salvar o animal devem servir de alerta, não de exemplo.

O futuro passa por normalizar o seguro pet como se normaliza o seguro automóvel. Um país que se diz amigo dos animais precisa de proteger quem os protege – os donos que, todos os dias, escolhem entre a conta da luz e a saúde do seu melhor amigo.

Tags