Seguros em Portugal: o que os jornais económicos não contam sobre os novos riscos digitais
Enquanto os principais jornais portugueses se debruçam sobre flutuações do mercado e políticas governamentais, uma revolução silenciosa está a transformar o setor dos seguros. Nos bastidores das redações do Jornal de Negócios e do Jornal Económico, os editores discutem como cobrir os ciberataques que paralisaram hospitais e autarquias, mas poucos ligam esses pontos aos produtos que protegem as famílias e empresas portuguesas.
A verdade é que a apólice tradicional, aquela que herdámos dos nossos avós, está tão desatualizada como um telemóvel com teclas. Os riscos migraram do físico para o digital, e as seguradoras portuguesas ainda navegam estas águas com mapas antigos. Quando o Expresso noticia uma falha de segurança numa multinacional com operações em Portugal, devíamos perguntar: quantas PMEs têm cobertura para os danos de reputação que daí advêm?
Nos corredores do Dinheiro Vivo, os jornalistas especializados em finanças pessoais contam histórias de reformados que pagam seguros de vida desnecessários enquanto ignoram a proteção contra fraudes bancárias online. É o paradoxo português: preocupamo-nos com o que pode acontecer ao nosso carro, mas deixamos a porta digital da nossa conta bancária entreaberta. O Observador tem feito um trabalho notável ao expor esquemas de phishing, mas falta o próximo passo - explicar que seguros podem mitigar essas perdas.
A Visão Sapo, com o seu olhar mais sociológico, poderia explorar como as novas formas de trabalho remoto criaram vulnerabilidades nunca antes imaginadas. Um freelancer que trabalha do café com o portátil conectado a redes públicas está mais exposto do que um operário numa fábrica com todos os equipamentos de segurança. E no entanto, quantos desses profissionais criativos têm seguros que cubram roubo de propriedade intelectual ou perda de dados de clientes?
O DN e a TSF, com a sua cobertura mais generalista, tocam frequentemente nos grandes escândalos financeiros, mas raramente fazem a ponte para o quotidiano dos portugueses. Quando uma empresa de telecomunicações sofre uma violação de dados, quantos dos seus clientes sabem que podem ter direito a compensações através dos seus seguros pessoais? A informação existe, mas está fragmentada entre demasiadas fontes especializadas.
O Sábado, com as suas reportagens de fundo, poderia contar a história humana por trás das estatísticas. Imagine uma família de classe média cujas poupanças desaparecem numa fraude online sofisticada. O trauma não é apenas financeiro - é psicológico, social, familiar. As seguradoras começam a oferecer serviços de apoio psicológico nestas situações, mas quem sabe disso além dos especialistas do setor?
Nos sites de notícias como o Notícias Sapo, as informações aparecem em fragmentos: uma notícia sobre criptomoedas aqui, outra sobre teletrabalho ali, uma terceira sobre envelhecimento da população mais abaixo. O que falta é a narrativa que una estes pontos - como todos estes fatores criam novos riscos que exigem novas proteções.
A ironia é que muitos portugueses estão sobre segurados em algumas áreas e subsegurados noutras. Pagam prémios elevados para cobrir danos físicos improváveis enquanto ignoram ameaças digitais quase certas. As seguradoras, por seu lado, lutam para desenvolver produtos para riscos que evoluem mais rápido do que os seus ciclos de desenvolvimento.
O verdadeiro desafio, que nenhum destes meios de comunicação aborda de forma sistemática, é a educação do consumidor. Como pode um cidadão comum navegar este labirinto de opções quando mesmo os jornalistas especializados têm dificuldade em manter-se atualizados? A resposta pode estar em parcerias inesperadas - entre media, seguradoras e instituições de ensino - para criar conteúdos que realmente empoderem os portugueses.
Enquanto isso, continuamos a ler as mesmas notícias sobre os mesmos temas, enquanto os riscos reais que enfrentamos evoluem nas sombras da nossa atenção coletiva. Talvez seja altura de exigirmos mais - tanto dos nossos meios de comunicação como das empresas que prometem a nossa proteção.
A verdade é que a apólice tradicional, aquela que herdámos dos nossos avós, está tão desatualizada como um telemóvel com teclas. Os riscos migraram do físico para o digital, e as seguradoras portuguesas ainda navegam estas águas com mapas antigos. Quando o Expresso noticia uma falha de segurança numa multinacional com operações em Portugal, devíamos perguntar: quantas PMEs têm cobertura para os danos de reputação que daí advêm?
Nos corredores do Dinheiro Vivo, os jornalistas especializados em finanças pessoais contam histórias de reformados que pagam seguros de vida desnecessários enquanto ignoram a proteção contra fraudes bancárias online. É o paradoxo português: preocupamo-nos com o que pode acontecer ao nosso carro, mas deixamos a porta digital da nossa conta bancária entreaberta. O Observador tem feito um trabalho notável ao expor esquemas de phishing, mas falta o próximo passo - explicar que seguros podem mitigar essas perdas.
A Visão Sapo, com o seu olhar mais sociológico, poderia explorar como as novas formas de trabalho remoto criaram vulnerabilidades nunca antes imaginadas. Um freelancer que trabalha do café com o portátil conectado a redes públicas está mais exposto do que um operário numa fábrica com todos os equipamentos de segurança. E no entanto, quantos desses profissionais criativos têm seguros que cubram roubo de propriedade intelectual ou perda de dados de clientes?
O DN e a TSF, com a sua cobertura mais generalista, tocam frequentemente nos grandes escândalos financeiros, mas raramente fazem a ponte para o quotidiano dos portugueses. Quando uma empresa de telecomunicações sofre uma violação de dados, quantos dos seus clientes sabem que podem ter direito a compensações através dos seus seguros pessoais? A informação existe, mas está fragmentada entre demasiadas fontes especializadas.
O Sábado, com as suas reportagens de fundo, poderia contar a história humana por trás das estatísticas. Imagine uma família de classe média cujas poupanças desaparecem numa fraude online sofisticada. O trauma não é apenas financeiro - é psicológico, social, familiar. As seguradoras começam a oferecer serviços de apoio psicológico nestas situações, mas quem sabe disso além dos especialistas do setor?
Nos sites de notícias como o Notícias Sapo, as informações aparecem em fragmentos: uma notícia sobre criptomoedas aqui, outra sobre teletrabalho ali, uma terceira sobre envelhecimento da população mais abaixo. O que falta é a narrativa que una estes pontos - como todos estes fatores criam novos riscos que exigem novas proteções.
A ironia é que muitos portugueses estão sobre segurados em algumas áreas e subsegurados noutras. Pagam prémios elevados para cobrir danos físicos improváveis enquanto ignoram ameaças digitais quase certas. As seguradoras, por seu lado, lutam para desenvolver produtos para riscos que evoluem mais rápido do que os seus ciclos de desenvolvimento.
O verdadeiro desafio, que nenhum destes meios de comunicação aborda de forma sistemática, é a educação do consumidor. Como pode um cidadão comum navegar este labirinto de opções quando mesmo os jornalistas especializados têm dificuldade em manter-se atualizados? A resposta pode estar em parcerias inesperadas - entre media, seguradoras e instituições de ensino - para criar conteúdos que realmente empoderem os portugueses.
Enquanto isso, continuamos a ler as mesmas notícias sobre os mesmos temas, enquanto os riscos reais que enfrentamos evoluem nas sombras da nossa atenção coletiva. Talvez seja altura de exigirmos mais - tanto dos nossos meios de comunicação como das empresas que prometem a nossa proteção.