Seguros e sustentabilidade: como as seguradoras portuguesas estão a adaptar-se às alterações climáticas
As alterações climáticas deixaram de ser uma ameaça distante para se tornarem numa realidade palpável que está a transformar o setor segurador em Portugal. Os eventos climáticos extremos, desde incêndios florestais devastadores a cheias repentinas, estão a forçar as seguradoras a repensar os seus modelos de risco e a reinventar as suas políticas.
Nos últimos cinco anos, os sinistros relacionados com fenómenos meteorológicos extremos aumentaram 47% em Portugal, segundo dados da Associação Portuguesa de Seguradores. Este aumento vertiginoso está a obrigar as companhias a recalcular prémios, a redefinir coberturas e a investir em tecnologias de previsão mais sofisticadas.
O setor enfrenta um paradoxo complexo: por um lado, precisa de continuar a oferecer proteção acessível aos portugueses; por outro, deve garantir a sua própria sustentabilidade financeira perante riscos cada vez mais imprevisíveis. Muitas seguradoras estão agora a incorporar critérios ambientais nas suas avaliações de risco, algo que era praticamente inexistente há uma década.
A digitalização emergiu como uma ferramenta crucial nesta adaptação. Companhias como a Fidelidade e a Ageas estão a desenvolver algoritmos que analisam padrões climáticos históricos e previsões futuras para calcular prémios mais precisos. Estas tecnologias permitem criar seguros dinâmicos, onde o valor do prémio pode ajustar-se consoante as condições meteorológicas em tempo real.
As seguradoras portuguesas estão também a liderar iniciativas de prevenção, investindo em sistemas de alerta precoce e em parcerias com instituições científicas. A Allianz, por exemplo, colabora com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera no desenvolvimento de modelos preditivos para tempestades costeiras.
O mercado está a testemunhar o surgimento de produtos inovadores, como seguros paramétricos para a agricultura, que pagam automaticamente quando certos parâmetros meteorológicos são atingidos, eliminando a necessidade de avaliações demoradas de danos. Esta abordagem está a revolucionar a proteção dos agricultores contra secas e chuvas excessivas.
O consumidor português está a tornar-se mais consciente destas mudanças. Uma pesquisa recente mostra que 68% dos portugueses consideram agora as políticas ambientais das seguradoras na hora de escolher um seguro, um aumento significativo face aos 32% registados em 2018.
As regulamentações europeias estão a acelerar esta transformação. A Taxonomia Verde da UE está a pressionar as seguradoras a alinharem os seus investimentos com critérios de sustentabilidade, o que está a ter um efeito cascata em toda a cadeia de valor do setor.
Os desafios são monumentais. As regiões do interior, particularmente vulneráveis aos incêndios florestais, enfrentam prémios mais elevados e, em alguns casos, dificuldades em encontrar cobertura. Isto está a criar assimetrias regionais que exigem soluções políticas e sectoriais concertadas.
O futuro dos seguros em Portugal dependerá da capacidade do setor em equilibrar a inovação tecnológica com a responsabilidade social. As seguradoras que conseguirem antecipar as mudanças climáticas e desenvolver produtos adaptados às novas realidades não apenas sobreviverão, mas prosperarão num mundo em transformação acelerada.
A transição para uma economia verde representa tanto um risco como uma oportunidade para o sector segurador. As apólices para energias renováveis, veículos elétricos e edifícios sustentáveis estão a crescer a um ritmo impressionante, abrindo novos mercados e fontes de receita.
A colaboração entre seguradoras, governos e comunidades será crucial para construir resiliência face às alterações climáticas. Em Portugal, já existem exemplos promissores desta cooperação, como os fundos mútuos de seguro agrícola que distribuem o risco entre múltiplas partes.
O caminho à frente é complexo, mas a adaptação do sector segurador às alterações climáticas não é apenas inevitável – é essencial para a proteção do património e do bem-estar dos portugueses num futuro cada vez mais incerto.
Nos últimos cinco anos, os sinistros relacionados com fenómenos meteorológicos extremos aumentaram 47% em Portugal, segundo dados da Associação Portuguesa de Seguradores. Este aumento vertiginoso está a obrigar as companhias a recalcular prémios, a redefinir coberturas e a investir em tecnologias de previsão mais sofisticadas.
O setor enfrenta um paradoxo complexo: por um lado, precisa de continuar a oferecer proteção acessível aos portugueses; por outro, deve garantir a sua própria sustentabilidade financeira perante riscos cada vez mais imprevisíveis. Muitas seguradoras estão agora a incorporar critérios ambientais nas suas avaliações de risco, algo que era praticamente inexistente há uma década.
A digitalização emergiu como uma ferramenta crucial nesta adaptação. Companhias como a Fidelidade e a Ageas estão a desenvolver algoritmos que analisam padrões climáticos históricos e previsões futuras para calcular prémios mais precisos. Estas tecnologias permitem criar seguros dinâmicos, onde o valor do prémio pode ajustar-se consoante as condições meteorológicas em tempo real.
As seguradoras portuguesas estão também a liderar iniciativas de prevenção, investindo em sistemas de alerta precoce e em parcerias com instituições científicas. A Allianz, por exemplo, colabora com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera no desenvolvimento de modelos preditivos para tempestades costeiras.
O mercado está a testemunhar o surgimento de produtos inovadores, como seguros paramétricos para a agricultura, que pagam automaticamente quando certos parâmetros meteorológicos são atingidos, eliminando a necessidade de avaliações demoradas de danos. Esta abordagem está a revolucionar a proteção dos agricultores contra secas e chuvas excessivas.
O consumidor português está a tornar-se mais consciente destas mudanças. Uma pesquisa recente mostra que 68% dos portugueses consideram agora as políticas ambientais das seguradoras na hora de escolher um seguro, um aumento significativo face aos 32% registados em 2018.
As regulamentações europeias estão a acelerar esta transformação. A Taxonomia Verde da UE está a pressionar as seguradoras a alinharem os seus investimentos com critérios de sustentabilidade, o que está a ter um efeito cascata em toda a cadeia de valor do setor.
Os desafios são monumentais. As regiões do interior, particularmente vulneráveis aos incêndios florestais, enfrentam prémios mais elevados e, em alguns casos, dificuldades em encontrar cobertura. Isto está a criar assimetrias regionais que exigem soluções políticas e sectoriais concertadas.
O futuro dos seguros em Portugal dependerá da capacidade do setor em equilibrar a inovação tecnológica com a responsabilidade social. As seguradoras que conseguirem antecipar as mudanças climáticas e desenvolver produtos adaptados às novas realidades não apenas sobreviverão, mas prosperarão num mundo em transformação acelerada.
A transição para uma economia verde representa tanto um risco como uma oportunidade para o sector segurador. As apólices para energias renováveis, veículos elétricos e edifícios sustentáveis estão a crescer a um ritmo impressionante, abrindo novos mercados e fontes de receita.
A colaboração entre seguradoras, governos e comunidades será crucial para construir resiliência face às alterações climáticas. Em Portugal, já existem exemplos promissores desta cooperação, como os fundos mútuos de seguro agrícola que distribuem o risco entre múltiplas partes.
O caminho à frente é complexo, mas a adaptação do sector segurador às alterações climáticas não é apenas inevitável – é essencial para a proteção do património e do bem-estar dos portugueses num futuro cada vez mais incerto.