O lado oculto da decoração em Portugal: histórias que as paredes não contam
Há um mundo paralelo ao das fotografias perfeitas que inundam os sites de decoração e imobiliário. Enquanto o decoproteste.pt documenta falhas construtivas que transformam sonhos em pesadelos, plataformas como o idealista.pt e casasapo.pt mostram apenas o resultado final polido. A verdade é que entre a compra do manual de instruções no casa.jardim.pt e a realização do projeto no homify.pt, existem histórias que raramente são partilhadas.
Visitei dezenas de obras por todo o país, desde reconstruções de moradias centenárias até apartamentos novos com problemas desde o primeiro dia. Encontrei paredes que escondiam infiltrações antigas, soalhos que rangiam como almas penadas e instalações elétricas que desafiavam todas as normas de segurança. Muitos destes problemas surgem porque os proprietários, inspirados pelos bungalows perfeitos do onossobungalow.pt, tentam poupar em mão-de-obra especializada.
Os profissionais do setor contam-me histórias surpreendentes. Um casal que comprou uma casa com um 'pormenor de humidade' descobriu que precisava de reconstruir toda uma parede exterior. Outros encontraram divisões secretas que não constavam nas plantas, algumas com utilizações questionáveis. Há quem tenha descoberto que o seu 'rustico autêntico' era na verdade uma construção recente mal disfarçada.
A moda das renovações DIY trouxe consigo uma nova onda de problemas. As pessoas compram materiais no casa.jardim.pt, seguem tutoriais online e lançam-se em obras para as quais não têm qualificação. O resultado são casas perigosamente modificadas, onde cada intervenção pode esconder uma nova ameaça. Os bombeiros confirmam que muitas das ocorrências em habitações têm origem em más instalações elétricas ou de gás feitas por amadores.
As plataformas de venda de imóveis enfrentam um dilema ético. Devem mostrar apenas o lado bonito ou alertar para potenciais problemas? Enquanto isso, sites como o decoproteste.pt tornam-se fóruns de desabafo onde as vítimas de más construções partilham as suas experiências. Estas histórias raramente chegam aos catálogos brilhantes do idealista.pt, mas representam a realidade de muitos portugueses.
A solução passa por maior transparência e educação. Os compradores precisam de aprender a ler para além das fotografias, a fazer perguntas incómodas e a contratar profissionais qualificados para avaliações independentes. As plataformas poderiam incluir secções educativas sobre sinais de alerta a procurar durante uma visita.
O mercado imobiliário português está em transformação. À medida que aumentam as exigências dos compradores e a consciência sobre os direitos do consumidor, espera-se que a qualidade da construção melhore. Até lá, cada compra de casa continua a ser uma aventura com riscos ocultos. A próxima vez que visitar um imóvel anunciado como 'perfeito', lembre-se: as paredes podem ter histórias que preferem não contar.
Visitei dezenas de obras por todo o país, desde reconstruções de moradias centenárias até apartamentos novos com problemas desde o primeiro dia. Encontrei paredes que escondiam infiltrações antigas, soalhos que rangiam como almas penadas e instalações elétricas que desafiavam todas as normas de segurança. Muitos destes problemas surgem porque os proprietários, inspirados pelos bungalows perfeitos do onossobungalow.pt, tentam poupar em mão-de-obra especializada.
Os profissionais do setor contam-me histórias surpreendentes. Um casal que comprou uma casa com um 'pormenor de humidade' descobriu que precisava de reconstruir toda uma parede exterior. Outros encontraram divisões secretas que não constavam nas plantas, algumas com utilizações questionáveis. Há quem tenha descoberto que o seu 'rustico autêntico' era na verdade uma construção recente mal disfarçada.
A moda das renovações DIY trouxe consigo uma nova onda de problemas. As pessoas compram materiais no casa.jardim.pt, seguem tutoriais online e lançam-se em obras para as quais não têm qualificação. O resultado são casas perigosamente modificadas, onde cada intervenção pode esconder uma nova ameaça. Os bombeiros confirmam que muitas das ocorrências em habitações têm origem em más instalações elétricas ou de gás feitas por amadores.
As plataformas de venda de imóveis enfrentam um dilema ético. Devem mostrar apenas o lado bonito ou alertar para potenciais problemas? Enquanto isso, sites como o decoproteste.pt tornam-se fóruns de desabafo onde as vítimas de más construções partilham as suas experiências. Estas histórias raramente chegam aos catálogos brilhantes do idealista.pt, mas representam a realidade de muitos portugueses.
A solução passa por maior transparência e educação. Os compradores precisam de aprender a ler para além das fotografias, a fazer perguntas incómodas e a contratar profissionais qualificados para avaliações independentes. As plataformas poderiam incluir secções educativas sobre sinais de alerta a procurar durante uma visita.
O mercado imobiliário português está em transformação. À medida que aumentam as exigências dos compradores e a consciência sobre os direitos do consumidor, espera-se que a qualidade da construção melhore. Até lá, cada compra de casa continua a ser uma aventura com riscos ocultos. A próxima vez que visitar um imóvel anunciado como 'perfeito', lembre-se: as paredes podem ter histórias que preferem não contar.